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quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Emoção Flamenguista

Nesta quarta-feira (26), diante da inevitável desclassificação do Flamengo na Copa Sul-Americana, durante o intervalo para o segundo tempo, a Globo fez uma homenagem ao Clube da Gávea que, com certeza, emocionou qualquer torcedor brasileiro que conheceu o time de Zico, Júnior, Nunes, Adílio e Cia. Ltda.
Não sou flamenguista mas, durante o intervalo de Universidad de Chile 1 x 0 Flamengo, pudemos assistir, na Globo, uma linda homenagem ao flamengo que, confesso, me emocionou e com certeza emocionou a todos que tiveram a oportunidade e o privilégio de conhecer o time da Gávea liderado por Zico e Júnior.
Acima à esquerda, Zico ao lado de Adílio; abaixo à direita, ao lado de Leandro e Júnior - Fonte: Flamengo
Vale à pena ver de novo, no sítio eletrônico  globo esporte.com, ao lado direito da tela com o título “Heróis de uma conquista”, onde ex-jogadores do time de 1981 relembram os gols que deram o único mundial(?) do Flamengo, ou assistir aos gols, logo abaixo.


Mas não é a primeira vez que o grupo Globo presta homenagem ao Flamengo de 1981. Em 2006, no dia 12 de dezembro, no sítio eletrônico de O Globo, encontramos a matéria “As dez razões que fizeram o Fla de 81 entrar para a história”. Nessa publicação, encontramos as seguintes razões, transcritas na íntegra:

1 - Zico
Sem ele, o Flamengo de 81 já seria um grande time, com craques como Leandro, Júnior e Adílio. Mas foi a presença do Galinho que transformou uma equipe excelente num esquadrão praticamente imbatível, que chegou a ficar 52 jogos invicto em 1979.
2 - Dedicação
Chinelinho não era com eles. Ainda mais quando o exemplo vinha de cima: Zico, o maior astro, era o primeiro a chegar e o último a sair dos treinos. Quando não ficava treinando cobranças de falta até quase anoitecer.
3 - Entrosamento
O resultado da dedicação nos treinos se via em campo: numa troca de olhares, eles já 'combinavam' o lance que iriam realizar logo depois. Conhecendo o estilo de quem estava com a bola, os jogadores sabiam quando era hora de partir, pois o lançamento já estava 'engatilhado'. Assim, ganhavam preciosos segundos de vantagem sobre o zagueiro.
4 - Paciência dos dirigentes
Antes de começar a ganhar títulos, a partir de 1978, o Flamengo amargou três anos de jejum nos Campeonatos Cariocas de 1975, 1976 e 1977. Mas a diretoria apostou naquela geração, que foi se conhecendo e ganhando forma até 'explodir' na virada da década.
5 - Contratações criteriosas
O goleiro Raul levou para a Gávea não apenas talento, mas também a experiência de quem já havia conquistado a Libertadores com o Cruzeiro em 1976; o zagueiro Marinho se encaixou perfeitamente com o estilo de Mozer na defesa; e Lico deu ainda mais toque de bola na ligação do meio-campo com o ataque.
6 - Craques polivalentes
Um dos segredos de uma geração tão talentosa era que muitos jogadores iniciaram a carreira, como Leandro, ou terminaram, como Júnior, no meio-campo. Além de Zico, o time contava com pelo menos outros três jogadores que sabiam armar o jogo: Tita, Adílio e Lico. Até o cabeça-de-área Andrade atuou com a camisa 10, em sua passagem pela Venezuela. Um exemplo dessa versatilidade foi o jogo final da Libertadores de 81: sem poder contar com Lico, machucado, o técnico Paulo César Carpegiani deslocou Leandro para o meio e adiantou Adílio para a ponta-esquerda.
7 - Fraternidade
Quem jogava naquele time garante: os jogadores formavam uma verdadeira família. Um se preocupava com o outro, dentro e fora de campo, uma união fundamental para quem quer ser mais do que campeão. Isso se refletiu na decisão do Estadual de 81, contra o Vasco: mesmo sabendo que estavam a duas semanas de disputar o Mundial de Clubes, não dava para dar menos do que 100% naquela final, por um único motivo: seria a homenagem póstuma da equipe ao técnico Cláudio Coutinho, falecido naquela semana. 'Essa é pro Cascão, essa é pro Cascão', dizia Júnior após a conquista do título, segurando firme a camisa suada que viraria o presente dos jogadores ao filho do ex-treinador, que formou aquele supertime no fim da década de 70.
8 - 'Pele' rubro-negra
Em tempos como os atuais, em que os jogadores trocam de time praticamente todo ano, é difícil imaginar que já houve no futebol brasileiro - e não só no Flamengo - uma coisa chamada identificação com a torcida. No caso do clube da Gávea, muitos titulares eram torcedores rubro-negros desde criança - ou se tornaram depois de adultos. A imagem do lateral Leandro cantando o hino do Flamengo às lágrimas, junto com a torcida, na volta da conquista da Libertadores, diz tudo.

9 - Títulos e jogos históricos
O Flamengo de Zico e cia. brilhou por seis temporadas seguidas. De 1978 a 1983, o time da Gávea venceu nada menos do que nove títulos: quatro Estaduais (1978, 1979, 1979 Especial e 1981), três Campeonatos Brasileiros (1980, 1982 e 1983), a Libertadores e o Mundial de 1981. Às vezes a história daquele Flamengo parece ter sido escrita por um roteirista profissional. Como na histórica tarde da revanche no Maracanã, quando o Flamengo devolveu ao Botafogo a goleada de 6 a 0 entalada na garganta desde 1972. Quando o time de Zico abriu 5 a 0, no meio do segundo tempo, a torcida começou o coro: 'Queremos seis!', 'Queremos seis! '. E então, quase no fim do jogo - não parece ficção? - o camisa 6 Andrade pegou o rebote e marcou o golaço que valeu como um presente inesquecível aos torcedores.
10 - Estrutura e organização administrativa
Em 1981, era comum os jogadores receberem o bicho por vitórias apenas dois dias após as partidas. E os salários não atrasavam um mês sequer. A Gávea também era um exemplo no trabalho extra-campo: no início da década de 80, o Flamengo possuía o melhor departamento médico entre os clubes brasileiros.

Muito louvável, porém, tanto em 2006 quanto ontem, o grupo Globo cometeu uma grande ingratidão com o “grande herói” do título da Libertadores daquele 1981, pois sem ele, talvez o Flamengo jamais teria ido para Tóquio: o árbitro José Roberto Wright. Na fase de grupos, onde apenas o primeiro colocado se classificava, Atlético MG e Flamengo se enfrentaram duas vezes e empataram as partidas em 2 x 2 e terminaram a fase com 8 pontos, 2 vitórias e 4 empates cada. Para decidir a vaga, foi marcado um terceiro que foi realizado no estádio Serra Dourada (Goiânia-GO). O campo era neutro mas, o árbitro da partida era... o carioca José Roberto Wright. Não podia dar outra: 5 expulsões para o clube mineiro (Reinaldo, Éder, Chicão, Palhinha e Cerezo) e o jogo foi encerrado aos 37 minutos do primeiro tempo, com o placar em 0 x 0 e o Flamengo foi declarado vencedor do jogo.
Será que se fosse escalado para a partida um árbitro neutro, como mandam a prudência e o bom senso, o Atlético teria perdido a partida? Por que escalaram um árbitro carioca para apitar um jogo em que envolvia um clube carioca e outro mineiro? Se você não ainda não teve a oportunidade, assista ao vídeo abaixo e tire as suas próprias conclusões.

Sinceramente, penso que a matéria de 2006 de O Globo deveria se intitular “As onze razões que fizeram o Fla de 81 entrar para a história” e acrescentar e encerrar assim:
11 - José Roberto Wright
O árbitro carioca que em 1981 protagonizou o maior escândalo da história do futebol brasileiro ao eliminar o Atlético-MG e classificar o Flamengo para as semifinais da Libertadores da América num um jogo em que terminou em 0 x 0 aos 37 minutos do primeiro tempo, expulsando 5 jogadores do clube mineiro.

“Só o fato de um árbitro carioca apitar um jogo decisivo entre um clube carioca e um mineiro já é, por si só, um escândalo inadmissível. Alguém aceitaria um árbitro argentino apitando um jogo do Brasil x Argentina?”
Prof. Ronaldo

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